sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

ENTENDENDO O QUE É HISTÓRIA CULTURAL


A História Cultural surge e toma mais formato de vertente da História durante as décadas de 1970 e 1980. Dedica-se a “ver com novos olhos” as fontes e os diversos agentes históricos e personagens dos fatos, dando-lhes novas falas, bem como fazendo surgir novos ouvintes. Cai por terra, ou ao menos passa a ser vista de uma nova forma a ideia de que a História Nova passa a dar “voz a quem não tinha vez”, na verdade não havia quem escutasse essas vozes...
Tal vertente da História tem em sua essência uma forte ligação com a antropologia, pois lida com os diversos aspectos do ser humano e de suas relações em sociedade. Passa-se a analisar o homem a partir daquilo que melhor o caracteriza, sua melhor produção e seu melhor reflexo: sua cultura.
A História atualiza-se constantemente, ela é viva...
Partindo deste pressuposto, percebemos a História Cultural como uma nova “batida no coração” da ciência histórica. Abre-se após seu surgimento, um leque de perspectivas e métodos para a construção da História e sua escrita. Muitas “matérias-primas” que passavam despercebidas aos olhos do historiador tomam novos aspectos, e ele torna-se um historiador detetive, como nos sugere Pesavento.
Surgem novos métodos de pesquisa como por exemplo, o método da montagem, que consiste na junção de ideias, fatos e descobertas, frutos de pesquisas para a construção de um panorama geral de um acontecimento. Frente a tudo isso, vários conceitos vão surgindo como forma de dar sustentação à esta nova História Cultural.
A conceito da representação, preocupado em analisar como os homens projetam e estabelecem a si e ao mundo que os cerca. Representações não são o real, mas podem ser um símbolo da realidade. O imaginário passou a contribuir na nova História Cultural como forma de compreender como os homens dão sentido aos seus mundos, às suas representações. A narrativa valida a escrita da História, diferenciando-se esta da Literatura pelo fato de que esta última inventa seus fatos, pois faz parte de sua produção. A narrativa é importante para relatar, analisar e compreender os fatos.

A partir desta nova História Cultural, os textos historiográficos ou as textualidades das fontes históricas formam verdadeiros campos de investigação do historiador. Fazer História com base em uma perspectiva Cultural consiste tornar-se um investigador deste campo abrangente, instigante e misterioso de porquês.

Marcos Augusto de Freitas Costa
4º Período - História/UVA

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